domingo, 15 de fevereiro de 2009
Sobre o carnaval
Emanuel, Psicografado pelo médium Francisco Cândido XavierNenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que devepresidir a existência das criaturas, pode fazer apologia da loucurageneralizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas.É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novosfelicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosados seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e osobjetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa naturezaentre as sociedades que se pavoneiam com os títulos de civilização.Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmenteincompreendidas pelos homens, lhes burilam o caráter e ossentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis doprogresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciaisopera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outrosespíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que sóos longos aprendizados fazem desaparecer.Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largoacesso das forças das trevas nos corações e, às vezes, toda umaexistência não basta para realizar os reparos precisos de uma horade insânia e de esquecimento do dever.É estranho que as administrações e elementos de governoscolaborem para que se intensifique a longa série de lastimáveisdesvios de espíritos fracos, cujo caráter ainda aguarda a toquemiraculoso da dor para aprender as grandes verdades da vida.Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheiosde necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para queos salões se enfeitem e se acentue o olvido de obrigações sagradaspor parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dosdeveres sociais e divinos.Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbasconsumidas em semelhantes festejos na assistência social aosnecessitados de um pão e de um carinho. Ao lado dos mascarados dapseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as criançasabandonadas, as mãos aflitas e sofredoras. Por que protelar essaação necessária das forças conjuntas dos que se preucupam com osproblemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo namigalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos quechoram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendamsemelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões,colaborando conosco, dentro de suas possibilidades, para quepossamos reconstituir e reedificar os costumes para o bem de todasas almas.É incontestável que a sociedade pode, com seu livre arbítriocoletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquantohouver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de suagrandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloquente atestado desua miséria moral.(Texto retirado do Boletim Informativo "A Voz do Caminho"Vitória-ES, Fevereiro, 1996, pág. 2)
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